in Jornal de Notícias
O presidente português considerou hoje "muito positivo" o balanço de 12 anos de vida da CPLP, destacando como "momento inesquecível" a independência de Timor-Leste e a posterior adesão do país à comunidade lusófona.
Para Aníbal Cavaco Silva, que abriu hoje em Lisboa os trabalhos da VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ao longo dos 12 anos foi permitido reforçar os valores da paz, democracia, Direitos Humanos, Justiça social e o estado de Direito nos "oito" estados membros.
No entanto, o futuro presidente da CPLP, que sucederá hoje ao seu homólogo da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, o caminho a seguir pela comunidade deve "focar-se mais em resultados concretos".
"Responder a objectivos colectivos com soluções colectivas", sustentou Cavaco Silva, para quem o lema da cimeira, "Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global", é "oportuno", uma vez que a valorização do Português no mundo "é um objectivo permanente" da organização.
O chefe de Estado português salientou, nesse contexto, o "valor estratégico" da afirmação da Língua Portuguesa no mundo, referindo que tal passa pelo "fortalecimento" da comunidade nos fóruns internacionais.
A prova disso, acrescentou, é a quantidade de relacionamentos que a CPLP soube criar com organizações internacionais dos diversos continentes, como a União Europeia (UE), Mercosul, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e, em breve, com a ASEAN.
"Hoje, temos aqui a oportunidade para debater os problemas do nosso tempo. Temos de abrir a comunidade ao mundo. A Língua Portuguesa é um activo fundamental que é preciso fomentar", frisou Cavaco Silva, lembrando que foi precisamente no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que, há 12 anos, foi criada a CPLP.
O Presidente português saudou também a mensagem enviada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por ocasião da cimeira da CPLP, citando-o a lembrar que a Língua Portuguesa é já um "instrumento vibrante" da comunicação internacional.
Cavaco Silva, na qualidade de anfitrião da cimeira, foi o primeiro chefe de Estado a chegar ao Centro Cultural de Belém, seguindo-se os seus homólogos timorense, José Ramos-Horta, são-tomense, Fradique de Menezes, cabo-verdiano, Pedro Pires, guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, e, finalmente, um pouco atrasado, o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Angola faz-se representar pelo primeiro-ministro, Fernando Dias Piedade dos Santos "Nandó", e Moçambique pelo chefe da diplomacia, Oldemiro Balói.
Participam também na cimeira, o chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, país que tem estatuto de observador associado, tal como as Ilhas Maurícias, o Presidente da União Africana, Jean Ping e o ex-Presidente português Jorge Sampaio, na qualidade de Embaixador da Boa Vontade da CPLP para a área da Saúde e de Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Combate à Tuberculose.
Nesta cimeira, os chefes de Estado deverão aprovar o nome do guineense Domingos Simões Pereira para substitutir o cabo-verdiano Luís Fonseca no cargo de secretário executivo da CPLP.