in Jornal de Notícias
A economia portuguesa voltou a apresentar sinais de abrandamento em Maio e Junho, com desacelerações do indicador de clima económico e de actividade, numa ocasião em que o investimento caiu pelo terceiro mês consecutivo, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
A síntese económica de conjuntura, divulgada ontem, mostra que o indicador de clima económico subiu 0,5 % em Junho, menos 0,4 pontos percentuais do que no mês anterior, com o terceiro abrandamento em cinco meses.
O indicador da actividade económica subiu 1,4 % em Maio, contra os 2,0 % de Abril.
O INE refere que estes dois indicadores se agravaram "significativamente".
Os dados estatísticos mostram ainda que o investimento caiu 1,8% em Maio, completando três meses consecutivos de quedas.
O investimento tem sido a variável em que o Governo deposita maior esperança para uma expansão de 1,5% este ano, mas na terça-feira, recorde-se, o Banco de Portugal cortou para metade a sua previsão de crescimento do investimento, antecipando agora um crescimento de apenas 1%.
De resto, este estudo do INE vem na linha das mais recentes análises dos vários sectores da economia nacional, comprovando a crise, que segundo o Governo e alguns analistas, tem origem nas dificuldades que se fazem sentir também a nível internacional, especialmente potenciadas pelos elevados preços do petróleo. E, de facto, ainda segundo o boletim do INE, a par da referida evolução interna, o contexto internacional voltou a degradar-se, com o indicador de sentimento económico e o de confiança dos consumidores dos países da Zona Euro a prolongar o movimento descendente iniciado já em Agosto do ano passado.