in Jornal de Notícias
As famílias ciganas que se encontravam acampadas no jardim fronteiro à Câmara Municipal de Loures retiraram-se ao fim da madrugada de hoje, na sequência de uma operação policial, sem incidentes, anunciou o comissário Resende, citado pela TSF.
A operação iniciou-se cerca das 6.15 e "decorreu sem incidentes", tendo as autoridades comunicado às 53 famílias ciganas acampadas no jardim que teriam de sair do local, pois a atitude configurava "uma manifestação ilegal", referiu o comissário Resende, da Divisão de Loures da PSP.
De acordo com o relato do responsável policial à TSF, as famílias ciganas retiraram-se do local, não se tendo registado incidentes. As famílias ciganas tinham decidido acampar no jardim fronteiro à Câmara de Loures exigindo a atribuição de casas noutro local e recusando o regresso à Quinta da Fonte, alegando não terem condições de segurança.
Em declarações à comunicação social, José Fernandes, porta-voz das famílias que se encontravam frente à Câmara de Loures, tinha admitido segunda-feira uma concentração nacional de ciganos na Quinta da Fonte se a situação das 53 famílias não fosse rapidamente resolvida.
Em resposta, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, afirmara que o governo "não recebe ultimatos nem cede (...) a pressões ou a coacções", e sublinhara que todos os cidadãos estão sujeitos à lei, independentemente da cor da pele, etnia ou condição social.
No passado dia 11 à tarde, meia centena de elementos das comunidades cigana e africana da Quinta da Fonte envolveram-se em confrontos com utilização de armas de fogo, segundo a PSP, que indicou ter detido dois indivíduos e apreendido algumas armas de fogo e munições de calibre variado.
No dia anterior, uma rixa entre dois grupos do mesmo bairro tinha provocado nove feridos ligeiros e danos em várias viaturas.
O bairro da Quinta da Fonte, na freguesia da Apelação, concelho de Loures, foi construído para acolher desalojados pela construção dos acessos à Expo 98 e tem actualmente 2.500 habitantes de várias origens.