22.7.08

Loures: Famílias ciganas recusam regressar ao bairro

in Diário Digital

Loures: Famílias ciganas recusam regressar ao bairro As famílias ciganas que foram retiradas hoje de manhã do jardim em frente à câmara de Loures pela PSP recusaram encaminhar-se para o bairro da Quinta da Fonte, onde residem, estando agora concentradas junto à ponte de Frielas.

Depois de terem abandonado o jardim, as famílias foram escoltados pela polícia até à Apelação, onde fica a Quinta da Fonte, mas recusaram permanecer no bairro, contou à Lusa Sérgio Fernandes, um elemento da comunidade cigana.

A Lusa constatou no local que as famílias começaram a dirigir-se para um parque de estacionamento junto à ponte de Frielas.

«Recusamos ficar no bairro» disse Sérgio Fernandes, um dos moradores da Quinta da Fonte, que já se encontra junto à ponte de Frielas.

«A comunidade cigana está a ser impedida de se movimentar dentro do concelho de Loures», acusou ainda.

Este morador da Quinta da Fonte acusou ainda a polícia de «apontar armas às crianças» e de os ter encaminhado «contra vontade para o Bairro Quinta da Fonte».

«Eram seis e tal da manhã, uma escolta de alta segurança policial começou a apontar armas. Apontaram às crianças e estas entraram em pânico», contou Sérgio Fernandes.

As famílias ciganas que se encontravam acampadas no jardim fronteiro à Câmara Municipal de Loures retiraram-se ao fim da madrugada de hoje, na sequência de uma operação policial, sem incidentes, anunciou hoje de manhã o comissário Resende da PSP de Loures.

A operação iniciou-se cerca das 6h15 e «decorreu sem incidentes», tendo as autoridades comunicado às 53 famílias ciganas acampadas no jardim que teriam de sair do local, pois a atitude configurava «uma manifestação ilegal», referiu o comissário Resende.

De acordo com o relato do responsável policial à rádio TSF, as famílias ciganas retiraram-se do local, não se tendo registado incidentes.

Estas famílias tinham decidido acampar no jardim fronteiro à Câmara de Loures exigindo a atribuição de casas noutro local e recusando o regresso à Quinta da Fonte, alegando não terem condições de segurança após os confrontos violentos na semana passada, nas ruas do bairro, entre as comunidades africana e cigana que ali vivem.

Diário Digital / Lusa