16.7.08

Cidadãos devem empenhar-se na luta contra a pobreza

in Rádio Renascença

D. José Policarpo analisa o problema da pobreza. Na opinião do Cardeal, “o empenho dos cidadãos” é fundamental para a combater, a par de uma política “inteligente e interventiva” do Estado.

O Cardeal Patriarca de Lisboa reconhece que é “altamente provável que, com a subida dos preços dos bens fundamentais, quem sofra mais são as famílias mais pobres”. No entanto, acrescenta, “não devemos criar alarmismos e devemos ter uma atenção muito objectiva à evolução do fenómeno”.

Fenómeno este que, explica, nas civilizações ocidentais se encontra afastado das pessoas, que acabam por não o enfrentar. “O problema é que a própria sociedade criou mecanismos em que as pessoas não se cruzam [com a pobreza], lamenta.

Assim, D. José Policarpo defende que os cidadãos devem ter um papel mais activo na procura de soluções para a pobreza, não esperando que o Estado resolva sozinho estes problemas. O Cardeal acrescenta que esta é uma solução que, nem o Governo deve assumir, nem os cidadãos podem esperar ser “apenas beneficiários do Estado-providência”.

Nesta complementaridade de papéis, D. José Policarpo lembra que a Igreja também tem o seu papel, e lamenta que a actual sociedade, e o Estado, demonstrem alguma reticência em relação a algumas iniciativas da Igreja.

“Hoje, nesta sociedade secularizada, a ética procura outro tipo de fundamentos que não o magistério da Igreja, embora se esteja a cometer um grande erro”, refere, argumentando que estamos a cair “numa não fundamentação racional da ética e a ética deve ser a primeira expressão da racionalidade” – uma ideia que também é defendida por Bento XVI.