Kátia Catulo, in Diário de Notícias
Loures. Governo Civil de Lisboa diz que a decisão está tomada e é irreversível
Comunidade da Apelação promete organizar um protesto em breve
A maioria das 53 famílias ciganas da Quinta da Fonte, em Loures, estão por conta própria - onze delas terão alojamento temporário até Setembro e as restantes vão ter de regressar ao bairro da Apelação.
A decisão do Governo Civil de Lisboa "está tomada" e provocou ontem à noite a revolta da comunidade, que promete organizar nos "próximos dias" um protesto, usando as vias legais. "Ainda não sabemos bem o que vamos fazer, mas não iremos cruzar os braços", garantiu José Fernandes, porta-voz das famílias ciganas, após uma reunião de emergência entre moradores da urbanização. Segundo a governadora Dalila Araújo, a solução para as famílias da Quinta da Fonte que têm as suas casas vandalizadas "vai depender de cada uma delas", estando contudo assegurado o apoio por parte da Segurança Social. Nos últimos dias, as habitações voltaram a ser reavaliadas, tendo o Governo Civil sinalizado onze famílias que estão impedidas de regressar imediatamente ao bairro: "Aos oito casos que tinham sido detectados pela autarquia, acrescentamos três, porque verificámos que os seus apartamentos não têm as condições de habitabilidade." As negociações com as onze famílias deverão prosseguir, mas só com a Segurança Social, uma vez que "a posição do Governo Civil está tomada".
Às onze famílias será oferecido alojamento temporário até Setembro, sendo que caberá a cada uma delas apresentar uma alternativa para o seu caso. "Cada um dos agregados será ouvido individualmente pela Segurança Social", explicou a responsável, esclarecendo que a entidade marcou ontem um encontro num local escolhido pela população cigana, mas que "ninguém compareceu". com Lusa