7.7.08

Japão admite necessidade de esforços contra a crise

in Jornal de Notícias

Países do G8 reúnem-se a partir de hoje para discutir crise económica e aquecimento global

Quando os ricos se juntam, os pobres protestam. Os líderes dos países mais industrializados já estão no Japão, onde hoje começa a Cimeira do G8 para discutir a crise económica. Os manifestantes também já lá estão. Contra promessas vãs.

O Papa Bento XVI foi o primeiro a marcar a agenda e nem sequer vai estar lá. Apelou ontem aos mais ricos para que tomem medidas contra a pobreza no Mundo (ver peça em baixo). Mas não se ouviram comentários dos primeiros convidados a chegar ao local do encontro - um hotel de luxo à beira do lago Toya, na ilha de Hokkaido, no norte do Japão. O presidente norte-americano, George W. Bush, e o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, que participa pela primeira vez na Cimeira do G8, foram recebidos pelo primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda.

Da circunstância ficou apenas a promessa de Bush, agora que está de saída da Casa Branca, em aplicar-se no combate às alterações climáticas, um dos temas quentes deste encontro, a par da crise económica mundial.

Ao mesmo tempo, na cidade vizinha de Sapporoos ouviam-se os protestos dos manifestantes anti -globalização, tendo quatro deles sido detidos nos confrontos com a polícia.

A reunião do G8 ocorre num período especialmente frágil para a economia dos países industrializados, provocado pela alta dos preços do petróleo e dos alimentos, que se somam à crise financeira que abala os Estados Unidos e a Europa.

"No que se refere ao aumento dos preços dos alimentos e do petróleo, que têm um impacto negativo sobre a economia mundial, concordamos que é preciso fazer esforços urgentes", destacou Fukuda, numa entrevista dada com o presidente americano.

Polémico será também o tema sobre o aquecimento do Planeta. A Cimeira, que termina na quarta-feira, deve decidir que continuidade os líderes mundiais darão ao Protocolo de Quioto, que expira em 2012 e nunca foi assinado pelos Estados Unidos.

Europa e Japão querem que o G8 se comprometa em Toyako a reduzir a metade as suas emissões de gases poluentes até 2050. Já os Estados Unidos são contra qualquer compromisso que não inclua a Índia e a China.

Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Rússia, Grã-Bretanha, Itália e Japão constituem o G8.