2.7.08

Faltam sanitários em muitas casas

in Jornal de Notícias

Encerrado há meses, o balneário público da Rua do Moreno reabre, sexta-feira, oferecendo um local para a higiene da população, depois de a autarquia ter garantido 7500 euros anuais ao dono, o Rancho Folclórico das Tricanas.

"Grande parte das casas antigas do centro histórico não têm instalações sanitárias ou as que as possuem são miseráveis, uma sanita eventualmente", afirmou ontem o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, após a celebração de um protocolo de cooperação com a Associação Integrar e o Rancho Folclórico das Tricanas de Coimbra, o qual viabiliza a reabertura do balneário público.

O autarca sublinhou que "as pessoas não conhecem o centro histórico" da cidade "nem sabem o esforço imenso que é necessário para que os habitantes possam ter condições dignas de habitação".

Criticando a suspensão da participação do Governo no Programa de Recuperação das Áreas Urbanas Degradadas (PRAUD), que permitiu em Coimbra recuperar o "Quarteirão de Almedina", Encarnação acrescentou que "o Governo acabou com todos os programas desta natureza e não substituiu o PRAUD por outro".

O presidente da Câmara sublinhou que o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades "propôs novos programas, há um ano e meio, mas o Ministério das Finanças não aprovou".

Propriedade do Rancho Folclórico das Tricanas de Coimbra desde 1938, o balneário público situado na Rua do Moreno, na Baixa da cidade, encerrou há "largos meses", devido a dificuldades financeiras, explicou à Lusa Jorge Alves, presidente da Associação Integrar, que gere o serviço.

Com oito balneários, o espaço foi frequentado não só por habitantes do centro histórico mas também por pessoas sem-abrigo, toxicodependentes e imigrantes, registando uma média diária de 15 utilizadores.

Durante o período em que tem estado encerrado, foram encontradas soluções provisórias, recorrendo ao Centro de Acolhimento da Associação Integrar, instalações da AMI e ao Estádio da Universidade de Coimbra, adiantou à Lusa Susana Marçal, técnica de Serviço Social da associação.

"O resto do pessoal desenrascava-se no rio", acrescentou a técnica, referindo que, no Verão, há um aumento do número de pessoas que procura um local para garantir a higiene diária, e que, agora, 20 cêntimos garante um banho de água quente. O protocolo prevê a atribuição de um subsídio anual de 7500 euros à Integrar.