Daniela Gouveia, in Jornal Público
Alguns moradores da Quinta da Fonte referiram a ausência de polícia na noite após os confrontos de quinta-feira. O comissário da PSP de Loures, Resende da Silva, respondeu que esta situação não era "totalmente verdade": "O policiamento no bairro foi mantido desde quinta-feira, como policiamento de proximidade, na área da freguesia da Apelação." Foi esse policiamento de proximidade, diz o comissário, que permitiu a resposta "imediata" na sexta-feira e "evitou que acontecessem situações piores".Resende da Silva disse ontem ao PÚBLICO que os confrontos na Quinta da Fonte "neste momento não se irão repetir", mas assumiu que não é possível "controlar a 100 por cento as reacções humanas": "O que tentaremos fazer é transmitir o sentimento de segurança à população de forma a diluir essa capacidade e essas tensões latentes entre os vários grupos."
Na Quinta da Fonte, estão desde sexta-feira, segundo o comissário, "equipas de intervenção rápida, um reforço da Unidade Especial de Polícia e efectivos da esquadra de Sacavém", a esquadra mais próxima do bairro. Ontem ao início da tarde, o PÚBLICO viu seis polícias junto à Avenida José Afonso, onde ocorreram os confrontos. Sobre o número total de efectivos a operar na Quinta da Fonte, Resende da Silva disse não o poder revelar "devido a questões operacionais". A operação, frisou: "Irá durar tanto tempo quanto nós achemos necessário para a restituição do sentimento de segurança à população."O caso está agora a cargo do Ministério Público. O comissário da PSP de Loures disse que "estão a ser desenvolvidos todos os esforços não só pela PSP, mas também pela PJ, para identificar todos os autores - os que são visíveis nas imagens captadas em vídeo e os outros - para apresentar ao MP um relatório que indicie e identifique os autores e o que se passou".