8.7.08

Governo "surpreendido" com relatório da SEDES

in Jornal de Notícias

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=965936
O ministro da Agricultura afirmou-se hoje "surpreendido" com o relatório da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social sobre o desempenho do Governo, acusando-a de tentar "agradar a todos os partidos políticos".

"Esperava que a SEBES tivesse a coragem de não estar com problemas eleitorais ou de pensar que precisa de agradar a todos os partidos políticos. Numa análise objectiva e fria, deveria ter reconhecido aquilo que o Compromisso Portugal reconheceu: que em termos de controlo do défice demos cartas", afirmou Jaime Silva.

Falando à margem da inauguração da nova fábrica de cogumelos do grupo Sousacamp, em Paredes, o ministro comentava um documento da SEDES, divulgado segunda-feira, que acusa o executivo de José Sócrates de estar a governar condicionado pelas eleições de 2009.

Segundo a associação, liderada pelo ex-ministro de Estado e das Finanças de Sócrates, Luís Campos e Cunha, o Governo tem vindo a tomar decisões e a propor medidas eleitoralistas, como a "ênfase nos investimentos públicos", a "cedência à agitação social", as "recentes baixas de impostos" e a "declaração do fim da crise orçamental".

Afirmando não ter ainda lido o relatório e desconhecer o que "o que é que o professor Campos e Cunha considera que é governar para as eleições", Jaime Silva disse-se "surpreendido" com as acusações do ex-colega de Governo.

"Fico surpreendido, foi meu colega durante quatro meses e, depois de ter saído, o Governo resolveu o problema da crise do défice e resolveu-o bem", ironizou.

Segundo o ministro, o facto é que "este Governo resolveu um dos grandes problemas que nenhum Governo resolveu antes", ao reduzir o défice para 2,6 por cento, tendo já anunciado que "as reformas vão continuar".

"Eu próprio irei amanhã [quarta-feira], na Assembleia da República, anunciar que as reformas do Ministério da Agricultura não acabaram", adiantou.

Estranhando que Campos e Cunha pareça "seduzido por uma anterior ministra das Finanças" (Manuela Ferreira Leite), Jaime Silva recordou que esta "tinha um défice e um problema de reforma do Estado" que teve que ser o Partido Socialista a resolver.

"O problema da reforma do Estado, de que toda a gente fala, que já existia em 2003 e fomos nós que pegámos nela em 2005", afirmou, salientando que esta reforma "não se faz num ano, porque o Governo também tem preocupações sociais".

"Este Governo não podia num ano fazer aquilo que o Governo anterior durante três anos, com a então ministra das Finanças, nem sequer iniciou", rematou.