3.7.08

Mais três milhões de desempregados na OCDE

Virgínia Alves, in Jornal de Notícias

Previsões para os próximos dois anos acentuam o aumento do desemprego em Portugal

A crise da economia a nível mundial poderá levar a um aumento de três milhões de desempregados nos próximos dois anos, nos 30 países que compões a OCDE, de acordo com o seu relatório anual.

Um aumento de um milhão de desempregados em 2008 e dois milhões em 2009, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) são as previsões apontadas ontem no relatório anual da organização sobre as "Perspectivas de Emprego".

De acordo com o relatório, a tendência de crescimento do emprego registada nos últimos anos nos países da OCDE irá agora sofrer uma regressão. Em 2008, esse crescimento será reduzido em 0,7% e, em 2009, em 0,5%, e irá afectar todos os países da OCDE menos três países: Portugal, Reino Unido e México.

Por seu turno, a taxa de desemprego, que tinha recuado em todos os países em 2007, excepto em Portugal, onde aumentou 0,3%, na Irlanda e México, com aumentos mais ligeiros, irá aumentar.

Nos EUA, o desemprego deverá chegar aos 6,1% em 2009, muito mais que os 4,6% registados em 2007. Mas, mesmo assim, não terão as piores taxas de desemprego, essas serão registadas em Espanha, a atingir os 10,5% em 2009.

Este ano, Portugal terá a quarta maior taxa de desemprego da OCDE, atingindo os 7,9%, menos 0,1% que no ano passado.

O relatório dá ainda conta que em 2007 a taxa média de desemprego da zona da OCDE tinha descido para 5,6%, ou seja, a mais baixa desde 1980. "Um sucesso apoiado nas reformas estruturais", mas que não são suficientes.

Com efeito, adianta o relatório, "a situação do mercado de trabalho continua a ser difícil para determinadas pessoas e o ambiente económico desfavorável terá repercussões negativas no mercado do trabalho".

Além disso, frisa o documento que "parte do crescimento de emprego em vários países da OCDE, nas duas últimas décadas ficou a dever-se a empregos precários ou mal remunerados".

Dá conta ainda da necessidade de combater a discriminação e o racismo ainda existentes.