Miguel Marujo, in Fátima Missionária
Há estereótipos que entravam a acção decisiva na superação da pobreza e das suas causas que só a escuta dos pobres poderá ajudar a dissipar. CNJP quer fazê-lo
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) promove a 8 de Novembro, em Lisboa, uma audição pública sobre a necessidade de erradicar a pobreza, dando voz aos pobres.
Os objectivos deste encontro são claros. De acordo com um texto distribuído pela própria CNJP, "persistem na nossa sociedade alguns estereótipos que entravam qualquer acção decisiva na superação da pobreza e das suas causas que só uma melhor escuta dos pobres poderá ajudar a dissipar". Também se diz que, "da parte dos pobres têm faltado oportunidades para poderem expressar as suas vivências, dificuldades, aspirações e potencialidades e ganharem visibilidade como sujeitos de direitos e deveres de cidadania".
Assim, "ao promover esta audição pública, a CNJP pretende convocar pobres e não-pobres para uma reflexão conjunta com vista à desconstrução dos preconceitos acerca da pobreza e, por essa via, contribuir para fomentar uma cultura de justiça, de solidariedade e de coesão social".
A ousadia e vontade desta Comissão é grande: "É nossa intenção reunir na mesma mesa as pessoas que vivem ou viveram situações de pobreza e os responsáveis pelas políticas públicas e pelas organizações de solidariedade social, investigadores, e gente da cultura e da comunicação social."
Ao "dar voz aos pobres para erradicar a pobreza", a CNJP chama até si algumas das vozes mais importantes que têm reflectido a matéria. Nesta audição será possível ouvir a participação de nomes tão diversos como o de Maria do Rosário Carneiro (deputada e professora universitária), Jacinto Lucas Pires (escritor), Henrique Pinto (teólogo e director da Revista Cais), Alfredo Bruto da Costa (vice-presidente da CNJP), Rogério Roque Amaro (ISCTE), João Menezes (da TESE), Laborinho Lúcio (antigo ministro da Justiça), José Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade e Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
O encontro terá lugar no Centro Cultural Franciscano (Largo da Luz, em Lisboa), a partir das 9h00 de sábado, dia 8 de Novembro.