in Jornal de Notícias
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, advertiu esta terça-feira em Bruxelas para o perigo que constitui a exclusão social da comunidade cigana na Europa e exortou os Estados-membros a actuarem urgentemente, oferecendo "oportunidades reais" aos ciganos.
Durão Barroso, que falava na sessão de abertura da primeira cimeira europeia dedicada à etnia cigana, afirmou que, a menos que seja dada alguma esperança e reais perspectivas de vida à vasta nova geração de milhões de ciganos, "o desespero vai permanecer", o fosso entre esta comunidade e a sociedade predominante aumentará, e os bairros ciganos tornar-se-ão zonas de insegurança para os seus habitantes e para as populações em seu redor.
"Em certa medida tal já está a acontecer, mas pode tornar-se ainda muito pior. As sociedades predominantes têm de oferecer aos ciganos uma oportunidade real e prática de melhorarem as suas perspectivas, no interesse dos ciganos e no seu próprio interesse", advertiu.
O presidente do executivo comunitário sustentou que não se pode encarar os ciganos como "meras vítimas passivas", afirmando que também cabe a esta comunidade tornar-se mais activa em busca de melhores condições de vida, mas defendeu que "primeiro é necessário oferecer-lhes oportunidades reais".
"Os instrumentos para criar a mudança estão fundamentalmente nas mãos dos Estados-membros. As políticas chave para a inclusão dos ciganos são da competência dos Estados-membros, ainda que sejam ou possam ser coordenadas a um nível comunitário".
Durão Barroso defendeu que actualmente os ciganos são de tal forma excluídos que é necessário mais que políticas de não-discriminação, é necessário políticas públicas com vista à sua integração, que passam pelo acesso à educação, emprego e alojamento. "O problema que enfrentamos é de grande urgência", declarou.