in Jornal de Notícias
O Parlamento Europeu deverá instar esta quarta-feira a Comissão Europeia a apresentar propostas concretas para regulamentar o sector financeiro e reduzir os riscos de uma nova crise mundial.
A actividade das agências de notação, responsáveis pela avaliação da capacidade das instituições de crédito pagarem as suas dívidas, serão um dos alvos dessa regulamentação, uma vez que se revelaram incapazes de prevenir a crise actual, que se acentuou desde a última semana, com bancos e companhias de seguro norte-americanos a abrirem falência.
Ontem, era aguardada com expectativa a intervenção do secretário norte-americano do Tesouro, Henry Paulson, no Comité do Senado, onde apelou à aprovação do seu plano de 700 mil milhões de dólares "para compra de activos com problemas" e assim sanear o sector financeiro.
Apesar de os analistas estimarem que o plano vai elevar a dívida pública dos EUA ao mais alto nível desde 1954, qualquer coisa como um trilião de dólares, o presidente da Reserva Federal norte-americana, Ben Bernanke, considerou que um atraso na aprovação desse plano e na adopção de legislação necessária ao salvamento dos bancos teria "consequências muito sérias" para os mercados e para a economia americana.
Para travar a crise, tem-se assistido à "nacionalização" e fusão de bancos e à injecção de dinheiro por parte dos bancos centrais. Ainda ontem, o Banco Central Europeu injectou mais 40 mil milhões de dólares, que se somam a 40 mil milhões injectados na segunda-feira e aos 80 mil milhões na semana passada.
No entanto, a taxa Euribor a seis meses, principal indexante nos contratos de crédito à habitação, voltou a atingir o seu valor mais alto de sempre, ficando nos 5,256%. Já o petróleo recuou depois de na véspera ter tido a maior valorização histórica.