Bruno Amorim, in Jornal de Notícias
O presidente da CCDRN, Carlos Lage, tomou esta segunda-feira posse da presidência da Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal. No evento, em Santiago de Compostela, foi constituído o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial.
Na projecção do seu mandato, para os próximos dois anos, Carlos Lage voltou a sublinhar a vontade de "reforçar" as relações entre o Norte de Portugal e a Galiza, dando continuidade ao plano de cooperação estratégica entre os dois países, previsto até 2013.
A união da euroregião ficou ainda mais estreita com a constituição do AECT, um organismo que segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, vai "conferir uma vantajosa ferramenta para as empresas e cidadãos deste espaço transfronteiriço".
Com sede em Vigo e um director português, esta "agência", que é a terceira do género na União Europeia, traz para um novo patamar a cooperação entre as duas regiões, já que terá autonomia para adjudicar e financiar projectos, assim como articular fundos comunitários dos dois lados da fronteira para projectos comuns.
No plenário da Comunidade de Trabalho ficou ainda a saber-se que as duas regiões vão "intensificar" um plano de actuação coordenada em matéria de fiscalização laboral para combater a precariedade, conjugado com as autoridades de inspecção de trabalho das duas regiões.
Os sectores da construção (incluindo obras públicas), da floresta e da metalurgia estão debaixo de especial atenção. "Há três meses que estamos a colaborar com a Galiza e tem-nos sido possível resolver problemas com actuações concretas. Há um forte empenho de todas as partes", explicou Avelino Leite, delegado regional do Norte do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Noutro âmbito, a euroregião vai desenvolver, até 2011, o projecto do Observatório Oceânico da Costa Ibérica, conhecido como Projecto Raia, num investimento de 4,2 milhões de euros, que visa promover a sustentabilidade do meio marinho das duas regiões.
Serão colocados sensores em toda a costa da Galiza e Norte de Portugal, tendo como finalidade a monitorização da qualidade da água, erosão costeira, riscos naturais e, numa segunda fase, fazer previsões para a actividade das pescas, entre outras valências.