Marta Dhanis, Agência Financeira
Mohammad Yunus defende que intervenção do Governo não é suficiente para pôr fim à crise
O economista e premiado com o Nobel da Paz, Mohammad Yunus, comparou a actual crise financeira ao efeito de um «tsunami».
«Cresce num sítio e anda até atingir os outros países. Espero que seja parado no mar, antes de atingir a costa», referiu à margem da conferência «Desafiar a Pobreza: o Crescimento do Microcrédito».
Para o responsável esta crise «é terrível e, apesar do epicentro ser nos EUA, o tremor sente-se em todo o mundo, sendo os pobres os que vão realmente sofrer com ela».
Quanto a previsões sobre o fim deste período conturbado, Yunus acredita que dentro de um a dois anos no máximo deverá ter sido ultrapassada, ainda que admita que é difícil fazer previsões.
Regulação eficiente precisa-se
Para o economista, a solução para o fim da crise financeira, e também para evitar outras como esta, não passa apenas pela intervenção do Governo nos mercados, mas por uma supervisão dos mesmos.
«A solução é a supervisão do mercado, mas esta tem que ser feita de forma eficiente e precisa», afirmou à margem da conferência organizada pelo ISCTE.
E acrescentou que o mercado tem de encontrar o seu caminho.
«A acção do Governo não é suficiente», disse.
De acordo com o Nobel da Paz, «não se podem criar bolhas no mercado, por mais pequenas que elas sejam, porque não deixam crescer».
Quanto à posição da Europa na crise, considera que, desde que os EUA se mantenham fortes, também vai conseguir recuperar ao mesmo ritmo.