in Jornal Público
O Instituto do Emprego e a Segurança Social estão prontos para intervir em todo o país em situações de dificuldades de empresas, tanto para apoiar a sua possível recuperação como os empregados, afirmou ontem o ministro do Trabalho. José António Vieira da Silva, que falava numa conferência de imprensa para apresentação do Orçamento do Estado para 2009, respondia a questões dos jornalistas acerca da crise que está a ameaçar o vale do Cávado, no seguimento de vários alertas do presidente da Câmara Municipal de Barcelos sobre o desemprego na região.
"Tanto o Instituto do Emprego como o Instituto da Segurança Social estão a acompanhar a situação de todo o país e estão preparados para intervir e apoiar as empresas com os meios disponíveis", disse o ministro, acrescentando que existem linhas de crédito para as PME (pequenas e médias empresas), para situações em que estas "podem estar em risco".
Vieira da Silva deu como exemplo o encerramento de uma empresa em Barcelos, onde houve "uma intervenção directa" dos serviços tutelados pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, garantindo o pagamento de prestações da Segurança Social às pessoas que ficaram sem trabalho, tal como a possibilidade de terem formação profissional.
Em declarações à TSF, ontem, o presidente da Câmara de Barcelos, o social-democrata Fernando Reis, pediu ajuda ao Governo e afirmou que a situação pode tornar-se mais dramática do que no vale do Ave, realçando que o número de pessoas desempregadas subiu em Barcelos. A 8 de Outubro, na Assembleia da República, Fernando Reis tinha já alertado para as dificuldades no vale do Cávado e em especial em Barcelos, onde apenas nos primeiros quatro meses deste ano fecharam 14 empresas.
"No passado, o vale do Ave foi ajudado, enquanto o vale do Cávado, onde os problemas se têm agudizado, nunca teve qualquer intervenção por parte do Governo", disse na altura o presidente da Câmara de Barcelos, preocupado com as sucessivas falências de empresas têxteis. Lusa