27.10.08

Autarca empenha-se na integração exemplar da comunidade cigana

Teresa Cardoso, in Jornal de Notícias

A integração de cinco famílias de etnia cigana no bloco habitacional da avenida Conde D. Henrique, nos arredores da vila, inaugurado em Abril, está a ser tratada pessoalmente pelo presidente da Câmara de Sátão.

Alexandre Vaz afirma que não admitirá preconceitos na transferência dos novos inquilinos e garante que tudo fará para que no seu concelho as pessoas vivam em total harmonia.

Ao primeiro sinal de que os actuais residentes poderiam opor-se à mudança, alegando receios de inadaptação por parte dos novos vizinhos, o autarca pôs-se em campo.

"Reuni a semana passada com as partes. Falei com uns e com outros. Demonstrei que a convivência é possível, se cada um interiorizar que tem direitos e deveres a respeitar. Com a garantia de que a autarquia estará muito atenta", explicou o edil.

"Fomos à Câmara manifestar as nossas apreensões. Não temos nada contra os elementos da comunidade, que conhecemos bem, mas receamos que o modo de estarem na vida colida com o nosso", confessou um dos moradores.

O complexo de habitação social constituído por um único bloco, composto por 10 fogos, demorou vários anos a ficar concluído. Em Abril, acolheu as primeiras quatro famílias. Agregados que viviam no bairro do Mártir sem grandes condições de habitabilidade. As novas casas foram-lhes atribuídas em regime de arrendamento, com valores que oscilam entre os 40 e os 50 euros por mês.

"Avisei, na ocasião, que a seguir íamos fazer tudo para transferir algumas das 10 famílias de etnia que vivem em condições sub-humanas, junto à Estrada Nacional 329, entre Rio de Moinhos e Sátão. O acampamento ocupa um terreno cuja renda está a ser paga pelo município", explica o autarca de Sátão.

A par da pedagogia, Alexandre Vaz promete acompanhamento intensivo de um psicólogo e assistente social. "A Câmara disse que o ambiente no bairro seria acompanhado durante quatro meses. Mas nós queremos que seja permanente", pede um morador.

A Câmara de Sátão está já a planear a construção de mais habitação social. "Temos verba e já pedimos ao Instituto de Reabilitação Urbana que nos permita fazer casas unifamiliares, com quintal, nas freguesias, para evitar que se criem guetos", anuncia o autarca.