in Diário do Alentejo
A "burocracia" para receber os "baixos montantes" do Rendimento Social de Inserção (RSI) e as dificuldades em conseguir casa digna, emprego ou consultas médicas foram alguns problemas diagnosticados, em Beja, num encontro que deu voz a 20 pobres.
Através de quatro workshops, o encontro, promovido pela Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (Reapn), ouviu 20 pessoas dos seis distritos do Sul do País e que vivem em situação de pobreza, para diagnosticar as dificuldades que sentem em áreas como a protecção social, saúde, educação, formação e emprego.
Na área da protecção social, as pessoas pobres apontaram como um dos principais problemas o "excesso de burocracia" para se conseguir receber o RSI, cujos montantes são "baixos".
A maior parte das pessoas pobres revelaram que uma das suas grandes preocupações é a habitação, nomeadamente as dificuldades em conseguir uma casa com condições dignas, sobretudo sentidas por minorias étnicas e imigrantes, e as graves limitações de programas de realojamento.
Ainda na área da protecção social, as pessoas pobres já reformadas, que "deixam a maior parte da reforma na farmácia", defenderam o "aumento das reformas", em vez de "complementos solidários para idosos".
Na área da saúde, as pessoas pobres apontaram como principais problemas dificuldades em conseguir consultas médicas de especialidade ou de comunicação entre os serviços de saúde, os médicos e os utentes, além da falta de clínicos e de alternativas viáveis ao fecho de serviços de atendimento permanente.
As conclusões do encontro de Beja e as recomendações e soluções para ultrapassar os problemas apontados vão ser divulgadas pela Reapn esta sexta-feira, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.