Lígia Silveira, Agência Ecclesia
Amanhã, dia 18, a Fundação Filos realiza o Festival Hip Hop. O Pe. José Maia, Presidente da Fundação afirma que muitos lamentam a falta de juventude nas IPSS. Por isso “a Filos quer contrariar esta tendência, numa forma também de ouvir os jovens”.
O Festival de Solidariedade resulta de um concurso lançado à juventude para, na sua linguagem musical, se expressarem. “Tivemos uma grande adesão que mostra como os jovens são sensíveis à pobreza. Os jovens estão disponíveis para ajudar”. O sacerdote frisa à Agência ECCLESIA que “hoje o Hip Hop é o que foi o Zeca Afonso noutros tempos”, acrescentando ser preciso ouvir mais “vozes de protesto”.
A Fundação irá editar em livro “o produto deste Festival”, adianta o Pe. José Maia.
Reflectir sobre a pobreza
A Fundação Filos organizou hoje uma jornada de reflexão a propósito dos 50 anos do Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza. O Presidente da Fundação aponta que “tantos anos a falar sobre a pobreza, ela continua de igual forma presente na sociedade e temos de nos interrogar porquê”.
O Pe. José Maia relembra algumas datas marcantes no contexto da pobreza. “50 anos do Dia para a Erradicação da Pobreza, 50 anos sobre a Carta de D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, a Salazar, os 120 anos do Pe. Américo, um homem que incitou ao trabalho pelos pobres”, várias referências que, aponta o sacerdote, não podiam deixar passar em branco esta data.
Presente no debate da parte da manhã, esteve o ex-ministro da Solidariedade Silva Peneda, euro deputado e “um pensador sobre as questões da pobreza” que reflectiu sobre as políticas sociais da Europa.
«Subsidariedade e política social» foi tema que abriu a jornada de reflexão. O Presidente da Fundação Filos lembra que ao abrigo da política social “o Estado deveria incentivar respostas sociais não estatais, ao abrigo da subsidariedade”. Lembrando a Constituição da República Portuguesa, o Pe. José Maia aponta que inúmeras acções sociais “devem ser desenvolvidas por instituições de solidariedade”. O sacerdote lamenta que o Estado “esteja a asfixiar as instituições para ser ele a fazer directamente estas tarefas”.
O Rendimento Social de Inserção foi uma medida analisada no debate e “surgiram algumas considerações que poderão beneficiar esta medida”. O Pe. José Maia aponta que muitos desempregados optam por não trabalhar pois “preferem o subsídio que recebem do Estado”. Apontando o caso francês, o sacerdote indica que seria benéfico “quando as pessoas encontrarem emprego o subsídio não lhes ser cortado no imediato, sendo o subsídio uma mais-valia”.
Na Jornada de reflexão foi apresentado o «Movimento Redes de Vizinhança». Esta é uma iniciativa da Filos para “apostar na organização para ajudar os mais próximos”. Lembra o sacerdote que a globalização não pode esquecer os que estão perto.
“Queremos criar um projecto piloto no Porto” que apresentará a 26 de Maio de 2009, Dia Internacional do Vizinho, “divulgar resultados”.