in Jornal de Notícias
Milhares de activistas de todo o Mundo assinalaram em Vigo etapa no caminho reivindicativo
Cerca de dez mil activistas dos direitos das mulheres de todo o Mundo marcharam, este domingo, na cidade galega de Vigo, Espanha, contra a violência de género e a discriminação salarial, pela paz, pelo aborto legal e gratuito.
"Nenhuma agressão sem resposta, nenhum agressor sem castigo", "Estamos fartas de ser agredidas" e "Tolerância zero com as atitudes machistas" foram algumas das palavras de ordem gritadas na marcha ruidosa, animada por gaitas de foles e bombos.
"Tudo o que faça barulho é bom, para que esta manifestação se ouça o mais longe possível e chegue aos ouvidos dos governos dos vários países do mundo", explicou à Lusa uma manifestante.
Promovida pela Marcha Mundial das Mulheres, sob o lema "Marcha connosco para mudar o mundo", a iniciativa deste ano - a sétima - teve ainda como motes o apelo à paz e à desmilitarização, a exigência da soberania alimentar para os povos, a defesa do aborto legal, livre e gratuito, a luta contra a pobreza e a igualdade de oportunidades e de salários.
A manifestação, que percorreu as principais ruas do centro de Vigo, iniciou-se na Praça do Rei, onde três artistas galegas instalaram um grande círculo com socas, nas quais as várias delegadas depositaram uma pedra que levaram dos seus países.
"As socas, muito usadas por mulheres na lavoura, são precisamente para elas se fazerem ao caminho e lutarem pela igualdade de direitos e de oportunidades. As pedras representam o contributo que cada uma de nós pode dar na construção de um mundo mais justo, mais igual, menos machista", explicou uma das autoras, Ana Resto. Um cartaz proclamava: "Diferentes sim, desiguais não".
"Há problemas que são transversais às mulheres de todo o mundo, surgindo à cabeça o da violência de género", explicou a coordenadora do secretariado internacional da Marcha, Miriam Nobre, citada pela Lusa. A pobreza e a discriminação laboral são outros. "Inverter esta realidade não será fácil, mas o pior que nos poderia acontecer seria baixar os braços".
A Marcha Mundial das Mulheres foi fundada em 1998 e reúne seis mil organizações de 163 países dos cinco continentes.