Helena Tecedeiro, in Diário de Notícias
Sondagem. Foram ouvidas 12 mil pessoas em Hong Kong e 11 países
Estudo revela que 43% colocam alterações climáticas no 1.º lugar
Apesar de a crise económica ameaçar lançar o mundo numa longa recessão, as alterações climáticas ainda são a principal preocupação para 43% das pessoas que responderam a uma sondagem realizada em 11 países mais Hong Kong. O estudo da HSBC Climate Partnership revela ainda que 77% dos inquiridos querem ver os seus governos tomar mais medidas para proteger o ambiente.
Para Lorde Nicolas Stern, que em 2006 conduziu um estudo internacional sobre o impacto económico das alterações climáticas, as respostas a esta sondagem constituem um verdadeiro "mandato global" para lutar contra as ameaças ao meio ambiente. "É a prova de que as pessoas no mundo esperam que os seus governos tomem medidas duras e trabalhem com outros países para salvar o planeta", disse Stern à BBC.
Antigo conselheiro do Governo britânico actualmente a trabalhar com a HSBC, Stern sublinhou ao The Guardian haver uma "necessidade urgente de criar as bases para um acordo global que permita um consenso na cimeira de Copenhaga". Agendado para Dezembro de 2009, espera-se que neste encontro surja um sucessor para o Protocolo de Quioto.
A sondagem foi feita através de um questionário a que os inquiridos responderam através da Internet. O estudo contou com o apoio de várias ONG ligadas ao ambiente como a WWF ou o Instituto Smithsonian. O universo estudado foi de mil pessoas em Hong Kong e em cada um dos 11 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Malásia, México, Reino Unido e EUA.
Mas se muitos não hesitam em afirmar a preocupação com o ambiente, menos estão dispostos a mudar os seus hábitos para ajudar a lutar contra as alterações climáticas. Apenas 20% dos que responderam ao questionário admitiram mudar a sua rotina para melhorar o ambiente e só 30% defendem gastar mais dinheiro para travar as alterações climáticas. Efeitos da crise, talvez.