in Jornal de Notícias
Portugal registou um aumento de quase 50 por cento de novos imigrantes legais em 2006, mas o crescimento total da população imigrante no país não chegou às três mil pessoas devido à partida de milhares de estrangeiros.
Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgado esta quarta-feira, Portugal está entre os países que registaram um maior aumento de novos estrangeiros, em termos proporcionais, a par da Suécia, Irlanda e Dinamarca.
Nos últimos anos, a procura de trabalho deixou de ser a principal causa para abandonar o país de origem. Juntar-se à família que já vivia em Portugal passou a constituir a maior razão para a vinda, sobretudo por parte dos ucranianos.
Se há três anos o trabalho e a família tinham quase o mesmo peso (35 e 38 por cento, respectivamente), em 2006 a reunião familiar passou a motivar a chegada de mais de seis em cada dez novos estrangeiros.
Nesse ano, mais de 42 mil imigrantes legais escolheram Portugal como destino. Apesar disso, revela o relatório, o saldo total registou apenas um aumento de cerca de 2.800 pessoas, já que milhares de estrangeiros, em particular da Europa de Leste, abandonaram o país em consequência da saturação do mercado de trabalho.
Entre os que chegaram, um em cada quatro veio do Brasil (11.400). Ucranianos, cabo-verdianos e moldavos seguem-se na tabela das nacionalidades mais representadas.
As comunidades angolana, britânica e moçambicana são as únicas que registaram uma diminuição do número de cidadãos a viver em Portugal entre 2005 e 2006. No mesmo período, todas as outras aumentaram ligeiramente a sua representatividade no país.
No total, há dois anos viviam legalmente em Portugal cerca de 435 mil estrangeiros, dos quais 73 mil brasileiros, 68 mil cabo-verdianos e quase 42 mil ucranianos.
Reino Unido, Espanha e França estão igualmente entre os países com mais residentes em Portugal, com cerca de 20 mil, 16,6 mil e 9,7 mil cidadãos, respectivamente.