in Jornal de Notícias
Pela primeira vez em 90 anos, o número de óbitos registado no ano passado em Portgal foi superior ao dos nascimentos, segundo os indicadores demográficos relativos a 2007 divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística.
No ano passado, morreram em Portugal 103.512 pessoas, enquanto o número de nascimentos não foi além dos 102.492, o que representa um saldo natural negativo de 0,01%.
As estatísticas confirmam o abrandamento do crescimento populacional e a tendência de envelhecimento demográfico, já que diminuiu, mais uma vez, o número de nados vivos (menos 2.957 do que em 2006), aumentando o número de óbitos (mais 1.522).
A taxa de crescimento efectivo fixou-se nos 0,17%, só não sendo negativa devido ao ligeiro aumento da população imigrante no país, que cresceu 0,18% em 2007.
Até agora, só uma vez, em 1918, coincidindo com a epidemia de gripe espanhola, o número de óbitos registado em Portugal tinha sido superior ao total de nascimentos.
No total, no final de 2007 residiam em Portugal 10.617.575 cidadãos, dos quais 446.333 imigrantes legais. Entre os residentes, 15,3% eram jovens com menos de 15 anos e 17,4% idosos com mais de 65.
"A população residente em Portugal tem vindo a denotar um continuado envelhecimento demográfico, como resultado do declínio da fecundidade e do aumento da longevidade", salienta a informação do INE.
O índice de fecundidade foi de 1,33 crianças por mulher, face a 1,36 registado no ano anterior e muito longe das 2,1 necessárias para assegurar a substituição de gerações. Já a idade média da mulher ao primeiro filho aumentou ligeiramente, fixando-se nos 28,2 anos.
A diminuir está também o número de casamentos: no ano passado, foram celebradas 46.329 enlaces, menos 1.528 do que em 2006.
Já os divórcios continuam a aumentar, tendo sido decretados 25.255, mais 1.320 do que no ano anterior. Em média, os casais que pediram o divórcio estavam casados há 14 anos.