Agostinho Santos, in Jornal de Notícias
Foram 35 as mulheres vítimas de violência doméstica que acabaram assassinadas às mãos dos companheiros, de Janeiro a Agosto deste ano. Em apenas oito meses foram mortas mais dez do que em todo o ano de 2007.
Os distritos de Lisboa e Porto são os de maior incidência de homicídios de mulheres vítimas de violência doméstica. O JN apurou, junto do Observatório de Mullheres Assassinadas (OMA), um departamento da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), que é Lisboa que está no topo, tendo-se registado sete homicídios este ano, seguindo-se o Porto (seis), Açores (quatro), Coimbra e Setúbal (ambos com três), Aveiro, Portalegre e Viseu (dois) e Braga, Castelo Branco, Évora, Leiria, Santarém, Viana do Castelo, todos com um.
Apesar de estar em segundo lugar no macabro ranking, o número de vítimas no distrito do Porto é significativo, tendo em conta que tem consideravelmente menos habitantes que o distrito de Lisboa.
De acordo com a mesma fonte, a faixa etária mais atingida situa-se no apatamar entre os 24 e 35 anos, com um total de 13 vítimas, o que contraria a tendência verificada em anos anteriores, uma vez que as mulheres assassinadas eram mais velhas.
Ainda assim, foram mortas oito mulheres com idades compreendidas entre os 36 e os 50 anos e igual número de mortes em mulheres com mais de 50 noas. Dos 18 aos 23 anos registaram-se três homicídios, precisamente o mesmo número de mulheres cuja idade se desconhecia.
Refira-se ainda que, associados a estes 35 homicídios, se registaram mais quatro mortes, todos homens, que se encontravam nas imediações dos crimes.
Por outro lado, também entre Janeiro e finais de Agosto, houve 52 tentativas de homicídio a mulheres. Associadas a estas tentativas, e para além das mulheres que constituiam o alvo prioritátio, há que somar outras 12 vítimas. Em 2007 tinham ocorrido 57 tentativas que, para além das mulheres, causaram seis vítimas associadas.
A maior parte dos homicídios acontece durante o fim-de-semana e o mês de Agosto é o que regista mais casos.
A grande maioria dos crimes é praticada por maridos, ex-maridos, namorados ou ex-namorados, mas em quase todos os casos já se verificavam processos de separação ou de divórcio.