A.S., in Jornal de Notícias
O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu esta quinta-feira em Fátima, a criação de "um pacto social" para a Educação, por forma a que esta "não esteja sujeita a mudanças e a quebras de sucessivos governos".
Para D. António Marto "é necessária a solidariedade de todos os grupos e associações" para que o Projecto Educativo "não esteja sempre numa constante mudança, que cria um clima de incerteza e de instabilidade".
Sobre a "crispação" vivida actualmente entre professores e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, o bispo realçou que a missão dos professores é ainda mais importante que os próprios políticos. "Trata-se de serem educadores de crianças e jovens e por conseguinte, do futuro do próprio país", sustentou.
Afirmando estar a emitir uma opinião pessoal, D. António Marto disse ainda estar em desacordo "com as manifestações de violência" contra a ministra e apelou a "um diálogo sereno, civilizado e pacífico" para "se chegar a um consenso".
O vice-presidente da CEP falava aos jornalistas após o encerramento da assembleia plenária da CEP, na qual foi aprovada uma Nota Pastoral sobre a Educação. O documento acusa o Estado de "por vezes, em virtudes das políticas dos diversos governantes" de "ser um obstáculo à melhoria da qualidade da escola portuguesa".
A outra notapastoral aprovada pelos Bispos e ontem divulgada, sobre as crianças, recomenda o envolvimento, em cada paróquia, de grupos de acção social para prestar "especial atenção" às crianças maltratadas.