13.2.12

Segurança Social quer criar residências para idosos que vivam sozinhos

in Diário de Notícias da Madeira

A criação de residências nos diferentes sítios e freguesias da Madeira que reúnam dois ou três idosos que antes viviam sozinhos é uma das medidas que a Segurança Social quer implementar para colmatar o problema do isolamento destas pessoas.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do conselho de Administração da Segurança Social, Bernardete Vieira, garantiu que "manter os idosos em casa é uma prioridade", pelo que uma das medidas de apoio delineadas "é a criação de residências nos sítios e nas freguesias".

"Estamos a tentar ver se as pessoas se organizam com as juntas de freguesia e instituições locais, porque há situações de idosos que estão sós, a ver se conseguem juntá-los", adiantou.

Bernardete Vieira adiantou que há também uma aposta no reforço da atribuição do subsídio aos cuidadores "para que os idosos tenham apoio, vivam nas suas casas e o internamento seja sempre a última resposta".

"É óbvio que há certas alturas da vida do idoso ou devido à dinâmica familiar que estes têm de ser internados, mas para isso temos as respostas de lar que são de último recurso", argumentou.

Esta responsável admitiu que a região ainda não dispõe de um levantamento exaustivo das pessoas com mais de 65 anos que vivem sós, mas referiu que o serviço de apoio domiciliário, que na Madeira tem cerca de 30 anos e está espalhado por toda a região, "apoia 907 idosos que vivem sozinhos, num universo de 3.400".

Bernardete Vieira acrescenta que existem "ainda mais 185 que têm apoio de cuidador, alguém que é pago pela Segurança Social para apoiar esse idoso que está sozinho, que pode até estar integrado no meio familiar, mas geralmente são pessoas que vivem sós".

A presidente do SRS menciona que o serviço de ajuda domiciliária presta cuidados aos idosos a uma média quase diária, tanto ao nível da higiene do ambiente e pessoal, como na distribuição de refeições em casa, uma iniciativa que beneficia "434 idosos pessoas que estão sozinhos e não têm família".

Segundo esta responsável, a situação dos idosos que vivem sós "está controlada" na região, mas apela aos familiares e vizinhança daqueles que "recusam alguém de fora em casa, por feitio ou até doença", que estejam atentos e procurem a Segurança Social para evitar que os cenários de vida destas pessoas se "tornem caóticos".

Bernardete Vieira conclui que, sendo este o Ano do Envelhecimento Ativo, a Segurança Social vai "aproveitar para fazer um programa para chamar a atenção para uma política dos idosos", envolvendo os municípios, os centros comunitários, porque há centros de dia e convívio em todos os concelhos da Madeira que desenvolvem uma intensa atividade de movimentação destes cidadãos.