Casamento cigano acaba aos tiros com um jovem ferido no queixo

Daniel Lam, in Diário de Notícias

Lisboa. No bairro do Casalinho da Ajuda viveram-se momentos de grande agitaçãoFamiliares do noivo e da noiva envolveram-se em confrontos e tiroteios

Um casamento cigano no bairro do Casalinho da Ajuda, em Lisboa, terminou na noite de terça-feira da pior forma. Familiares do noivo e da noiva envolveram-se em confrontos e desataram aos tiros. Um jovem ficou ferido ao ser atingido na cara."Foi um casamento de três dias regados com muito álcool, onde familiares do noivo e da noiva se envolveram em confrontos, discutiram, gritaram ameaças uns aos outros, agrediram-se e acabaram aos tiros", relatou ao DN um morador na zona.

"No meio do tiroteio, um jovem de 17 anos foi atingido na cara e ficou ferido na zona do queixo", contou uma vizinha, adiantando que "familiares dele levaram-no ao Hospital de S. Francisco Xavier", no Restelo, em Lisboa, "onde chegou pelas 22.00".

Outra residente explicou que na freguesia da Ajuda " há três zonas onde vivem famílias ciganas: no Bairro 2 de Maio, no Casalinho da Ajuda e na Rua Eduardo Bairrada, onde moram os pais do rapaz ferido".

Traçando um perfil sobre o Casalinho da Ajuda, o presidente da Junta de Freguesia, Joaquim Granadeiro, declarou ao DN que "é um bairro social e, tal como sucede noutro qualquer, tem problemas. Fala-se de tráfico de armas e droga e por vezes ouvem-se tiros"."Já houve ali algumas rusgas policiais e apreenderam droga em casa de algumas famílias", referiu o autarca, frisando que "vivem-se ali dificuldades, com muitos desempregados. A maior parte não trabalha e vive do Rendimento de Inserção Social".

Junto da Direcção Nacional da PSP, o DN soube que, na terça-feira, "o Comando Metropolitano de Lisboa teve conhecimento, cerca das 21.15, através da central rádio, de uma desordem na Rua do Sítio, no Casalinho da Ajuda, em que teriam sido disparados vários tiros com arma de fogo. Para o local seguiram elementos policiais, que foram informados por populares que os intervenientes na desordem já ali não se encontravam".

"Nas diligências efectuadas, foram encontrados, no chão, uma pistola calibre 6,35 milímetros e três invólucros, tendo sido realizados todos os procedimentos legais, como a preservação dos meios de prova", relatou a mesma fonte.Adiantou que, "mais tarde, a PSP teve conhecimento de que um suspeito de ser interveniente na desordem tinha dado entrada no Hospital de S. Francisco Xavier". Esclareceu que ninguém foi detido e nenhum agente ficou ferido.