11.9.08

Situação económica mundial ameaça progressos na luta contra a pobreza

in TSF

O abrandamento da economia mundial, aliado à subida dos preços do petróleo e dos alimentos, ameaçam os progressos conseguidos para reduzir a pobreza extrema para metade até 2015, segundo um novo relatório da ONU sobre os Objectivos do Milénio.

Segundo o documento, que faz um balanço de oito anos de esforços para alcançar aqueles objectivos, há progressos significativos e sustentados para erradicar a pobreza extrema e a fome do mundo, mas estes desenvolvimentos estão directamente ameaçados pela actual situação económica mundial.

«Enfrentamos um abrandamento económico global e uma crise de segurança alimentar de amplitude e duração incertas. O aquecimento global é mais visível. Estes desenvolvimentos afectam directamente os nossos esforços para reduzir a pobreza», escreve o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, no prefácio.

O aumento dos preços dos alimentos, que até contribuiu para um crescimento económico notório em todas as regiões em desenvolvimento, pode em contrapartida aumentar em 100 milhões o número de pessoas em situação de pobreza extrema, refere o relatório.

O secretário-geral da ONU defende que os esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) não podem ser prejudicados pela necessidade de dar resposta a estes novos desenvolvimentos.

O responsável sublinha ainda que alguns destes resultam precisamente da desatenção mundial que marcou as últimas décadas em relação a questões como o investimento na agricultura, o desenvolvimento rural ou o desenvolvimento sustentável.

«Não há qualquer dúvida de que podemos atingir o objectivo global: erradicar a pobreza», escreve Ban Ki-moon, repetindo o apelo para a continuação dos esforços em curso.
O relatório identifica algumas áreas em que se registaram «progressos decisivos» e cujos objectivos deverão ser plenamente atingidos até 2015: a redução da pobreza extrema a nível global de 1,8 para 1,4 mil milhões de pessoas, o acesso ao ensino primário de 90 por cento das crianças, os progressos no combate a doenças como o sarampo, a malária ou a tuberculose ou o acesso de mais 1,6 milhões de pessoas a água potável, entre outras.

Mas há também áreas que registaram poucos ou nenhuns progressos e que exigem uma intensificação de esforços.