in Agência Ecclesia
«Envolver os pobres» e combater respostas de «programas desadequados»
O envolvimento dos pobres nas soluções a eles dirigidas, a aproximação entre os programas e as suas necessidades são formas eficazes de combater a subsídio-dependência. A aproximação impede que “a situação de pobreza se prolongue por tempo demasiadamente longo sem fazer apelo às competências e à participação dos pobres para saírem da situação em que se encontravam”.
Um texto reflexivo da Comissão Nacional Justiça e Paz como preparação para a audição pública «Dar voz aos pobres para erradicar a pobreza», agendada para 8 de Novembro, aponta que “a voz dos pobres não se faz ouvir com intensidade suficiente e o poder de que dispõem está muito longe do necessário para fazerem valer os seus direitos”.
A elaboração de programas de combate à pobreza “privilegia um conjunto de acções definidas a partir do topo”, que “dificilmente se ajustam às múltiplas realidades dos empobrecidos e desprezam as suas próprias capacidades”. O direito de viverem “livres da pobreza” tem de ser “incentivado, reconhecido e formado” pelo “não pobres, pelos poderes públicos e pela sociedade civil”.
A noção de empoderamento (empowerment) tem vindo a ganhar “crescente importância, nomeadamente, no seio de organizações internacionais com acção relevante no combate à pobreza no mundo em desenvolvimento”.
A CNJP indica ser necessário “não subestimar os obstáculos que a exigência de participação encontra na aplicação das políticas de inclusão social”, que podem ser “especialmente difíceis de ultrapassar entre os estratos mais severamente experimentados por situações de pobreza, que podem inclusivamente prolongar-se por várias gerações”.
A via participativa é a “única compatível com o reconhecimento da dignidade e das competências das pessoas pobres” e a única que vai permitir obter “resultados mais duradouros no combate à pobreza”.
Mais informações em www.darvozaospobres.blogspot.com