Natália Faria, in Jornal Público
É um projecto pioneiro de apoio aos refugiados no mundo em que António Guterres está "pessoalmente" empenhado.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados vai lançar, no dia 10 de Setembro, uma campanha que juntará mais de 20 empresas portuguesas numa rede formada para angariar fundos de auxílio aos refugiados no continente africano. Os pormenores só serão revelados na próxima quarta-feira, mas o PÚBLICO sabe que este projecto pioneiro foi protocolado para três anos. Mais tarde, poderá alargar-se no tempo mas também no espaço, ou seja, ser replicado noutros países, desde que a fórmula se revele bem-sucedida. A ideia é que cada uma das empresas aderentes coloque a sua capacidade de execução ao serviço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Exemplos: uma empresa de publicidade pode disponibilizar as suas equipas criativas para criar campanhas publicitárias de angariação dos fundos pretendidos; do mesmo modo, uma empresa de telecomunicações poderá publicitar essa mesma campanha. Este apelo ao sector privado português surge numa altura em que o ACNUR lida com uma realidade marcada pela existência de quase 33 milhões de refugiados em todo o mundo. A pobreza extrema é comum à quase totalidade dos refugiados, sendo que a missão daquela agência (presidida por António Guterres desde 2005 e presente em 166 países) é garantir--lhes protecção, abrigo, alimentos e cuidados médico-sanitários. 32,8milhões é o número de refugiados no mundo, segundo o ACNUR.
A agência humanitária soma 6200 colaboradores, ou seja, tem um colaborador por cada 5250 refugiados.