Filipa Ambrósio de Sousa, in Diário de Notícias
Europa. Relatório da Eurojust revela resultados de 2007Cooperação policial europeia regista também aumento do branqueamento de capitais Os casos de tráfico de pessoas e seres humanos recebidos pelas polícias europeias aumentaram de 29 para 71, de 2006 para 2007. Por isso, a Eurojust, órgão criado em 2002, com sede em Haia, na Holanda, que resulta da cooperação das várias polícias dos países da União Europeia, já definiu, para 2008, o crime de tráfico de seres humanos como uma das prioridades. Segundo o relatório anual desta organização relativo a 2007 a que o DN teve acesso, esta criminalidade registou 71 casos em investigação, contra os 29 registados em 2006.
Para isso, a entidade europeia propõe a criação de "um ponto de contacto central para pessoas desaparecidas, a criação de uma base de dados jurídica com indicação dos instrumentos jurídicos disponíveis sobre tráfico de seres humanos e também o reforço da cooperação internacional". Segundo o mesmo documento, foram realizadas dez reuniões de avaliação deste tipo de criminalidade, sendo que metade delas se reportaram a questões relacionadas com a ajuda ilegal à emigração. Em termos gerais, e segundo a conclusão do relatório, houve um aumento de queixas em todo o tipo de criminalidade, mas mais concretamente nesta área do tráfico de seres humanos e do branqueamento de capitais. Neste caso, e em 2007, a Eurojust registou 104 novos casos de branqueamento, mais 44% que no ano anterior, sendo a Espanha o Estado-membro que mais frequentemente se viu envolvido em casos de branqueamento.
Os casos de tráfico de droga e de crimes contra a propriedade e contra os bens do sector público, incluindo a fraude, continuam, porém, a representar a percentagem mais elevada das actividades criminosas. Na verdade, da globalidade dos casos registados importa realçar que 24 respeitaram àquela específica actividade o que, igualmente, constitui um aumento quando se compara com os 14 casos de 2006.
No que respeita a casos contra a vida, a Eurojust registou 134 casos contra a vida, a integridade física ou a liberdade de pessoas, em comparação com os 107 casos em 2006. Mais concretamente, 79 homicídio e 39 ofensas corporais graves.