17.10.08

Braga: Maiores bolsas de pobreza estão em zonas urbanas - Banco Alimentar contra a Fome

in RTP

Braga, 16 Out (Lusa) - A presidente da Federação Portuguesa do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, disse, hoje, em Braga que "as maiores bolas de pobreza estão concentradas nas zonas urbanas".

"Perto das cidades, as pessoas dependem quase exclusivamente dos seus salários para comerem e, em Portugal, tem-se verificado um fenómeno de desertificação do interior, com muitos idosos abandonados em zonas que há poucos anos eram cultivadas", afirmou.

Isabel Jonet falava durante a cerimónia de inauguração do Banco Alimentar Contra a Fome de Braga, o 14.º do género no país, acto que contou com a presença de voluntários, religiosos, empresários e dirigentes políticos.

Relativamente ao Distrito de Braga, a presidente do Banco Alimentar em Portugal disse que "há um grave problema de desemprego e também muitos problemas associados a toxicodependências e, para agravar, ultimamente várias fábricas têm fechado e em muitas famílias ambos os cônjuges ficaram sem emprego".

Na véspera do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que é assinalado sexta-feira, Isabel Jonet revelou que, segundo números do Instituto Nacional de Estatística, "há cerca de dois milhões de pessoas em Portugal a viver em condições de pobreza, isto é, 20 por cento da população".

O padre Roberto Mariz, pároco de S. Lázaro, presidiu à cerimónia da bênção do espaço, sendo acompanhado por um padre jesuíta e outro ortodoxo, da Ucrânia.

Instalado num pavilhão na Freguesia de Palmeira e cedido gratuitamente pelo empresário José Manuel Gonçalves, o banco está pronto para receber donativos mas também precisa de máquinas e equipamentos para poder funcionar eficazmente.

De acordo com Isabel Varanda, a principal responsável pela equipa de voluntários do Banco de Braga, as prioridades neste momento são equipamentos para o armazém: "Caixotes, um empilhador e um tapete rolante para se fazer a triagem dos alimentos nos dias de recolha".

LM.