in Jornal Público
Dez dos mais prestigiados economistas europeus apelaram ontem à adopção pelas autoridades europeias de um plano conjunto de combate à crise no sistema financeiro, alertando que é preciso agir "antes que a crise fuja de controlo".
Numa "carta aberta aos líderes europeus" publicada na página de Internet Vox, os economistas - onde se incluem nomes como Alberto Alesina, Richard Baldwin, Willem Buiter, Daniel Gros e Francesco Giavazzi - avisam que "uma crise sistémica exige uma resposta sistémica" e que "a actual abordagem de uma instituição de cada vez com fundos nacionais levará à 'balcanização' do sector bancário europeu". Por isso, defendem que as medidas a tomar têm de ser adoptadas "ao nível da União Europeia".
Para estes economistas, o que as autoridades precisam de fazer de forma conjunta é contribuir para a recapitalização dos bancos europeus, já que o problema do sector é a excessiva alavancagem. Uma das possibilidades é a entrada do sector público no capital dos bancos. Outra recomendação é a imposição de um limite comum para a garantia dos depósitos na UE.
Na carta aberta, é elogiada a forma como foram feitas as primeiras intervenções na Europa (como no caso da Bélgica, Holanda e Luxemburgo), mas é defendido também que "a interdependência entre os bancos europeus é demasiado profunda e generalizada para que as respostas nacionais, com coordenação caso a caso, sejam suficientes". "A não ser que os líderes europeus se unam imediatamente, antes da crise sair do seu controlo, podem ficar apenas a tentar encontrar a melhor maneira de salvar o que restar da crise", avisam.
Na Europa, o sistema financeiro está cada vez mais interligado, com os bancos a terem participações em vários países. No entanto, as autoridades com capacidade para resolver um problema de insolvência são os Tesouros nacionais. S.A.