11.11.08

Taxa de pobreza está a aumentar no País

Patrícia Susano Ferreira com Lusa, in Destak

Dificuldades já chegaram à escola, revela associação de docentes. DECO diz que já recebeu 1600 pedidos de ajuda.

Ontem, dia em que o Presidente da República recebeu uma carta aberta contra a pobreza de várias instituições de solidariedade social, a secretária-geral da Comissão Nacional Justiça e Paz salientou que a crise actual já está a deixar marcas e que o aumento da taxa de pobreza é uma realidade.

«Suspeitamos que actualmente estes números sejam mais gravosos», acrescenta Eduarda Ribeiro, baseando-se em dois indicadores: o maior afluxo ao Banco Alimentar Contra a Fome e os novos pedidos para obter o Rendimento Social de Inserção. Já para não falar do facto de cada vez mais trabalhadores receberem o salário mínimo (ver caixa).

A Comissão Nacional Justiça e Paz lança por isso o desafio ao primeiro-ministro, para que este assuma o combate directo na luta conta a pobreza, pois é um assunto que vai muito para além das políticas sociais.

Com o orçamento familiar a diminuir e as despesas a aumentarem, são cada vez mais os portugueses a pedirem ajuda. Exemplo disso é o facto de, só em Outubro, a DECO ter recebido 330 pedidos de ajuda de famílias que es-tão a lidar com problemas de sobreendividamento, elevando para 1600 o número dos que já procuraram este ano a associação para renogociar o pagamento de dívidas.

Crise já chegou às escolas

Mais crianças que não levam lanche para a escola e que ficam pelo leite oferecido pela mesma, falta de agasalhos para enfrentar os dias de frio e compra de livros escolares adiada são alguns dos reflexos mais imediatos da crise, revela a Associação Nacional de Professores. Contudo, a crise também já chegou ao ensino privado, com famílias a negociarem a forma mais suave de pagar a mensalidade, acrescenta a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular.

Défice da balança comercial agrava-se

O défice da balança comercial agravou-se no trimestre terminado em Agosto, com as exportações a aumentarem 2,9% e as importações 9,1%, anunciou ontem o INE. O saldo da balan-ça atingiu um valor negativo de 5,678 mil milhões de euros.