6.10.08

França diz que mini-cimeira "não excluiu ninguém"

in Jornal de Notícias

O secretário-geral da presidência francesa, Claude Guéant, afirmou que a mini-cimeira dos países europeus mais ricos "não excluiu ninguém" e que os restantes países da União Europeia foram "estreitamente" associados aos trabalhos.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, "associou muito estreitamente" os 23 países da União Europeia que não estiveram representados na reunião de Paris, sábado, em que participaram os líderes da França, Itália, Reino Unido e Alemanha, assinalou Guéant numa entrevista à rádio francesa Europe 1.

O secretário-geral do Eliseu explicou que Sarkozy escreveu aos restantes países da UE a explicar-lhes a "marcha dos trabalhos" e indicou que falou com o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, com quem se deverá encontrar.

Guéant reafirmou que o encontro de sábado se destinou a preparar a reunião dos ministros das Finanças do G7 (França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Japão) de 10 de Outubro, em Washington.

A presidência francesa reconheceu que a Alemanha se opõe à criação de um fundo europeu para salvar o sector bancário, mas insistiu que a "França nunca propôs esse fundo europeu" de que havia falado na semana passada a ministra das finanças francesa, Christine Lagarde.

O secretário-geral do Eliseu sublinhou que a proposta de "salvar os bancos europeus" feita pelos quatro países participantes na mini-cimeira foi o acordo "mais importante" saída da reunião. No entanto, explicou que para consegui-lo cada país deverá usar os seus próprios meios, ainda que "eventualmente em coordenação com as acções de diferentes países".

Questionado sobre se os bancos franceses correm perigo, Guéant afirmou que "ninguém sabe o que acontecerá amanhã".

Sobre a aplicação flexível do Pacto de Estabilidade e Crescimento, Claude Guéant assegurou que isso não significa que a França vá aumentar o seu défice acima dos 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).