R.O., in Jornal de Notícias
A crise financeira dos Estados Unidos da América levou os bispos católicos a lembrar alguns princípios-chave. Afirmam que "os princípios morais podem ajudar na busca de respostas efectivas à desordem económica", salvaguardando "a vida e a dignidade humanas".
O mal está na "busca escandalosa de benefícios económicos excessivos", sacrificando a vida real das pessoas. O segundo princípio propõe a "responsabilidade e a necessidade de prestar contas", pois "quem contribuiu para esta crise ou se aproveitou dela não deveria ser recompensado ou escapar sem prestar contas do dano que causou".
Reconheça-se, depois, que "há necessidades humanas que não encontram lugar no mercado", o que implica a "renovação dos instrumentos de controlo e a correcção das instituições económicas e da indústria financeira". Não se esqueça, também, a solidariedade e o bem comum.
Finalmente, o princípio de subsidiariedade, que leva "os agentes privados e as instituições à responsabilidade, para que aceitem as suas próprias obrigações", sob pena de as grandes entidades, incluindo os governos, assumirem indevidamente as instituições privadas. Precisamos de uma sociedade do trabalho, da iniciativa e da participação, que não está contra o mercado, mas que exige que seja controlado pelas forças sociais e pelo Estado para a ampla satisfação das necessidades básicas.