Célia Marques Azevedo, in Jornal de Notícias
Os ministros das Finanças da União Europeia estão esta terça-feira reunidos no Luxemburgo para tentar orquestrar uma resposta comum à crise financeira mundial que possa estancar a desaceleração da economia, sobretudo a europeia.
Ontem à tarde, Durão Barroso, o presidente da Comissão Europeia, repetia que é preciso manter a "cabeça fria" para melhor gerir a actual crise financeira, garantindo que a Europa está a trabalhar no sentido de estabilizar os mercados.
Durão apelava à "responsabilidade" de cada estado-membro combater a situação actual com os seus "instrumentos" mas com os "mesmos princípios base" para que as respostas da "união de estados", como chamou à União Europeia (UE), sejam "convergentes".
Mensagem congénere tinham passado os líderes dos países da UE sob a égide da presidência europeia - até ao fim do ano nas mãos da França - durante a tarde, num comunicado que referia que os países iriam "tomar as medidas necessárias com vista a assegurar a estabilidade do sistema financeiro".
A nota deixava em aberto as modalidades em que o processo se poderia desenrolar, mencionando a hipótese da "cedência de liquidez por parte dos Bancos Centrais", mas também as "medidas pontuais para lidar com situações específicas" de alguma instituição financeira, e o "reforço dos mecanismos de protecção dos depositantes".
O primeiro-ministro, José Sócrates, subscreveu ontem aquele comunicado, em conjunto com os restantes estados-membros.
A generalidade dos países da UE prefere recorrer a planos nacionais de salvamento de "fogos" financeiros pontuais do que a hipótese do fundo comum europeu, inicialmente lançado pela Holanda. A justificação é a falta de fundos federais dizem uns, enquanto referem que não querem pagar as contas de outros países.
Itália é um dos países que defende a criação de um fundo comum aos 27 estados, mas a Alemanha reafirmou ontem a sua oposição a esta medida, apoiando, antes, a ideia de cada país encontrar a sua própria solução.
Entretanto, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, disse que o BCE continuará a injectar liquidez no sistema financeiro "enquanto for preciso".