Joana Bogalho, in Jornal de Notícias
Edifícios com fogos inabitáveis, mercado de arrendamento bloqueado e pouca oferta pública de habitação. Estes são os principais problemas identificados pelo Programa Local de Habitação na zona de Lisboa.
A equipa da vereadora Helena Roseta, encarregue de elaborar o plano e, simultaneamente, um levantamento dos principais problemas da cidade organizou um Fórum dos Colaboradores da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e Empresas Municipais, que decorreu segunda-feira e cujas conclusões forem ontem divulgadas.
"É um plano muito concreto para melhorar as condições de vida na cidade e por isso necessitamos saber quais as situações mais urgentes", sustenta a vereadora eleita pelo movimento "Cidadãos por Lisboa". "Optámos por convidar todos os departamentos da CML porque é essencial perceber qual a visão que têm do estado da cidade", justifica.
Aos participantes foi pedido que identificassem quais as dificuldade existentes. "Os fogos sem condições de habitabilidade são o principal problema identificado no fórum", esclarece Helena Roseta, que destaca ainda que os prédios devolutos continuam a ser uma prioridade e que é necessário cruzar dados: "Há várias casas devolutas mas habitáveis e várias habitadas sem condições e temos que remediar essa situação", salienta.
Também os preços da habitação de qualidade, a concentração de problemas em bairros sociais, a pobreza na cidade e a degradação dos núcleos históricos preocupam os participantes do debate.
Segundo Helena Roseta, todos os problemas apresentados serão estudados de modo a serem incluídos no PLH. "Queremos praticar uma acupunctura urbana: fazer pequenas intervenções nos pontos mais sensíveis para melhorar o estado de saúde geral da cidade", explica.
O PLH foi aprovado pela Câmara mas Roseta exigiu que fosse apresentado à Assembleia Municipal para que tenha "completa legalidade" e não seja abandonado quando o mandato acabar.
O programa divide-se em três fases: até Janeiro pretende-se a identificação dos principais problemas ; de Janeiro a Março serão escolhidas áreas e objectivos prioritários e até Junho irão tentar concretizar-se as medidas decididas pela equipa responsável.