in Rádio Renascença
A Comissão Nacional Justiça e Paz desafia o Primeiro-ministro José Sócrates a assumir o combate directo na luta conta a pobreza.
Esta Organização Não-Governamental prevê um aumento significativo do desemprego nos próximos meses em Portugal, situação que vai provocar ainda mais pobreza.
Manuela Silva, presidente desta comissão, diz que o assunto é sério e que vai muito para além das políticas sociais.
“A erradicação da pobreza é fruto de um conjunto de medidas coordenadas e não apenas da política social. Daí, a meu ver, seria desejável que houvesse ao mais alto nível governamental - o gabinete do Primeiro-ministro – a coordenação dessas políticas”.
Até porque os próximos tempos vão ser difíceis, pois mais desemprego significa mais pobreza, o que leva a um “aumento da vulnerabilidade, sobretudo daqueles grupos que estão mais na franja, mas, também, de pessoas com formação universitária que têm dificuldade em encontrar colocação”.
Falta vontade política
A Rede Europeia Anti-Pobreza diz que não existe vontade política para combater a pobreza crescente no Porto e no Norte do país.
Os dados da Segurança Social mostram também que no último ano, aumentou em 6% o número de beneficiários do rendimento social de inserção. O Porto continua a ser o distrito mais afectado.
Um facto que leva o Padre Jardim Moreira a denunciar o que diz ser a falta de capacidade política para combater o fenómeno da pobreza na região. “As Câmaras estão descapitalizadas, os industrias não tomam posição, a sociedade civil está cheia de insegurança. Há quem conteste, mas não há quem se sinta com força para ser a testa dessa reivindicação dos direitos”.
Alertas deixados no dia em que o Presidente da República recebe uma carta aberta contra a pobreza, subscrita por inúmeras instituições de solidariedade social.